quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Depoimento da Leitora

Sabe quando você precisa tirar um tempo para você? Então, foi o que eu fiz nesse feriado de finados. Peguei um livro que tinha comprado e me hibernei. 571 páginas em três dias. Ironicamente me identifiquei com essa bendita autora. Sempre pulando de namorado para namorado, rejeitando qualquer proposta de casamento ou de uma certeza de relacionamentos sérios, ainda mais se tocasse no assunto filhos. Oi? Lojas? Livrarias? Festas?...

Meu primeiro namorado, aquele que vai à sua casa e encara sua mãe e seu pai, era um amor de pessoa. Infelizmente ele era louco por mim, e eu só aprendi a gostar dele. Era um doce de pessoa e eu não conseguia superar suas expectativas. Uma das únicas coisas que me irritava profundamente nele era suas crises intermináveis de ciúmes. No dia que ele ameaçou bater até matar meu amigo por causa de um scrap no Orkut, foi a gota d`água. Não me via num relacionamento que qualquer companhia masculina, ou até mesmo feminina, poderia transformar minha vida num crime passional. Minha paciência não era grande o suficiente para essas situações. Outra curta coisinha que me deixava incomodada era o fato da implicância com a minha religião, mas isso eu conseguia lidar. Fora a decisão neurótica da minha ex-sogra que eu deveria tirar o 3º ano, casar, morar com ela, arrumar um emprego de vendedora de lojas, e lhe dar uma penca de netinhos. Desculpem-me, mas meus pais me criaram e gastaram muita grana em mim pra eu ter 18 anos com uma penca de filhos morando com a sogra. A ameaça ao meu amigo foi o motivo perfeito pra terminar com as imaginações da minha sogra. Fora o detalhe cômico de que, como eu já tinha feito um ano de namoro, precisava casar (aham, senta lá Cláudia). Terminei o namoro como se termina uma tarefa que precisa ser feita.

Num passe de mágica, meu melhor amigo se tornou meu namorado. Achei o máximo, consegui juntar as melhores qualidades de um homem pra mim. Mesmo após dois anos de termino não consigo falar sobre a situação direito. Tínhamos muitas afinidades e conhecíamos mil e umas qualidades do outro, e defeitos também (o que 5 anos de amizade não faz). Ele me ajudou muito, suporte psicológico mesmo. A cada suporte, uma crítica embutida que eu relevava. Todos da minha família o achavam uma pessoa excelente e simpática, mas nenhum acreditava que meu relacionamento com ele iria longe, só eu. Ele fazia questão de contar para todos nossos (leiam ‘dele’) planos para o futuro, incluindo noivado, casamento e quatro filhos, situações que eu desconversava, mas nunca me impus. O único acordo que consegui era adotar um quinto filho (que nos meus planos seria o único porque não sou lá uma grande mulher que aguenta dores). “Por ele qualquer coisa”, era meu arrepiante lema. Abdiquei meu primeiro período de faculdade porque, realmente, acreditava que valia a pena. Nós, quando amigos, sempre íamos a festas e micaretas. Assim que começamos a namorar não fomos a praticamente festa nenhuma, com exceção as da minha família que era obrigatório minha presença, porque segundo ele, estava cansado e era mais divertido ficar na casa da minha avó assistindo Zorra total (¬¬). “Por ele qualquer coisa”, lema idiota.

Estudando fora eu ia para casa de 15 em 15 dias. Já que ele tinha uma leve tendência a ser livre e eu uma mera tendência de ser carente (e a extorsão de passagens). Já tínhamos feito um ano de namoro e ele mantinha firme nossos (leiam ‘dele’) planos de noivar, casar e ter filhos. Primeiro passo foi começar a construir uma casa. (Nessa hora comecei a surtar, mas relevei, porque até aonde eu me entendia como gente, ele era a única coisa que eu queria). Tudo andava perfeitamente bem, de uma forma estranha, até decidirmos viajar nas férias de julho com minha mãe e meu irmão.

Estava tudo perfeito, até eu menstruar em plena praia. Isso já me deixou meio irritada. Bom, de qualquer forma, como eu nunca curti muito praia, estava tirando de letra. No penúltimo dia de passeio, iríamos andar de barco e visitar uma piscina de água doce (agrh, tenho ódio só de lembrar aquilo). Eu medrosa como sempre, não tava muito animada a nadar até a praia e percorrer um longo caminho equilibrando-se em pedras que escondiam inúmeros ouriços. Bom, como ele era fascinado com essas coisas de natureza desceu num barquinho na minha frente e eu com meu irritante lema, parti para a aventura. Na nossa excursão tinha mais um casal e a menina não sabia nadar. Então o que o namorado cavalheiro dela fez? Acompanhou ela em todo o trajeto. E o meu? Falou que ia me esperar e sumiu. (Já não estava satisfeita com o lugar e ver aquela cena, conseguiu piorar meu humor). Cansada de lutar contra os ouriços chatos e não vendo o bendito laguinho, escorreguei nas pedras afiadas. Além de estar num lugar que não queria, ainda tinha cortado meu pé. Teimosa, continuei andando. Depois de intermináveis 50 minutos consegui chegar naquela piscina natural. Adivinha aonde meu namorado estava? Nadando tranquilamente com um povo desconhecido, rindo a beça. Assim que ele me viu, como se não bastasse toda a situação que eu estava, ele me solta com um risinho sarcástico: “Nossa até que enfim, achei que você não chegaria hoje”. Vamos lá, eu tenho medo de mar (ainda mais com ouriço), tinha sido deixada pra trás, cortado o pé nas pedras e ainda tive que ouvir isso em alto e bom som perto de pessoas que eu não conhecia? Bom, nessa hora eu mandei meu lema praquele lugar e mostrei o símbolo de dedo do meio, com o adicional de uma careta. Voltei num ritmo extraordinário para o barco.

Imaginam o que aconteceu, né? Feri seu ego. Sabia que aquilo não iria ficar impune. Ele ficou o último dia e a viagem de 18 horas sem falar comigo. Assim que chegamos ele pediu um tempo, que durou mais de um mês, incluindo exclusão de Orkut e bloqueio de MSN. Como se não bastasse, terminou comigo por MSN, com a justificativa de que nunca gostou de mim como namorada, só como amiga. Depois dessa, não tinha como argumentar. Larguei mão e exclui todas as possibilidades de contato com ele, tamanha era a minha revolta. Atualmente, eu o adicionei no Orkut, porque agora acho que essa revoltinha não ajuda ninguém. Só que eu reparei que depois disso, tomando palavras de uma amiga minha, estou “desiludida com relacionamentos”. Gente, dá trabalho demais!

No livro, a autora que morria de medo de casamentos, se casa, tem dois filhos e se torna uma escritora de ficção de sucesso. Agora é esperar e rezar que o meu futuro se aproxime o máximo do dela.

Bjinhus



1 comentários:

Borboleta no Casulo disse...

Querida como somos parecidas: carentes, querer 4 filhos e adotar o 5 rs e por ai vai.
Bem, eu até entendo um pouco vc pq to nessa fase q vc ta,no momento eu quero namorar cmg msm e mais ninguem.
Mas creio q isso seja uma fase, qd vc encontrar alguem q realmente vc se sinta avontade e goste td vai mudar!!
Bjs